A Ronca é o instrumento musical que acompanha os cantos de Natal em Elvas. Membranofone de percussão constituído por uma estrutura cilíndrica com uma pele esticada numa das aberturas. É percutido por uma cana fixada no centro da membrana. O executante, com a mão molhada, fricciona a cana fazendo vibrar a pele e produzir um ronco.

Estudo de mercado massificado junto de uma amostra representativa da população portuguesa.
Instrumento musical típico de Elvas, influenciado pela zambomba espanhola. É composto por um “alcatruz de nora, ou panela de barro a cujo bocal se adapta uma membrana, ou pele de bexiga, atravessada por um pedaço de pau encerado, pelo qual se corre a mão com força para produzir um som rouco” (PIRES, 1923: 9). Trata-se de uma vasilha de barro, geralmente uma quarta (cântaro pequeno) ao qual atam na boca uma pele de coelho ou de borrego, com o pelo para dentro, tendo presa ao centro uma cana muito delgada, com o comprimento de cerca de sessenta centímetros. Friccionando a cana, com a mão direita, humedecida de vez em quando com saliva, tira-se da ronca um som cavo, ou ronco arrastado, com o qual se acompanha, nas noites anteriores ao dia de Natal, os cantes ao Menino. Em Santa Eulália, nas vésperas de Natal, em todas as casas se canta ao Menino Jesus, e não há criança que não toque ronca, cantando ao mesmo tempo os versos, que a tradição consagrou. (J. A. Capela e Silva, “Estudos alentejanos: a linguagem rústica no Concelho de Elvas”. Lisboa: Revista de Portugal, 1947.)