LEGADO DOS MONGES E MONJAS CISTERCIENSES
A doçaria conventual portuguesa, originária de conventos e mosteiros, conta com muitos séculos de história. Das mãos dos monges e das monjas criaram-se doces e licores verdadeiramente divinais. Uma história de árduo labor, paciência e saber fazer, que engrandeceu a gastronomia portuguesa reconhecida internacionalmente.

Estudo de mercado massificado junto de uma amostra representativa da população portuguesa.
O território de Alcobaça foi administrado pelos monges de Cister durante vários séculos, concretamente entre o século XII e o século XIX. Junto das populações locais imprimiram o saber fazer numa vasta região de cariz fortemente agrícola. Foi este conhecimento, trabalhado em terrenos férteis que tornou este território reconhecido pelos produtos agrícolas e pela sua gastronomia. A abundância e qualidade da saborosa e variada fruta (como as maçãs, peras, ameixas e pêssegos) e o vasto conjunto de hortícolas e leguminosas, ainda hoje aqui produzidos, é disso testemunho.
Além da fruticultura, onde se destaca a Maçã de Alcobaça, também os Doces Conventuais representam uma forte marca gastronómica do concelho, com destaque para as Cornucópias, as Delícias de Frei João, o Pudim de Ovos dos frades de Alcobaça, as Queijadas do Bárrio, as Gradinhas de Alcobaça, os Tachinhos à Dom Abade e o Pão de Ló de Alfeizerão.
Várias casas e pastelarias do concelho de Alcobaça conservam ainda hoje a tradição dos Doces e Licores Conventuais dos Mosteiros de Alcobaça e de Coz, de monges e monjas respetivamente.
RECEITA CORNUCÓPIAS
20 pessoas
Ingredientes: Para a massa: 250g de farinha; 3 colheres (sopa) de manteiga; 1 colher (chá) de fermento em pó; sal q.b.; água q.b.; azeite ou óleo (para fritar); açúcar e canela (para polvilhar). Para o recheio: 1 chávena (almoçadeira) de doce de ovos-moles. Misture e amasse a farinha, a manteiga, o fermento, o sal e a água até conseguir obter uma massa própria para tender. Tenda a massa com a espessura de cerca de 2 ou 3 mm. Corte em tiras de 1,5 cm de largo, e enrole em espiral, partindo de cima para baixo em forma de cornucópia, aconchegando bem. Frite em azeite ou óleo, ou mistura dos dois, a 160º C. Retire as cornucópias, passe-as por açúcar e canela e recheie com doce de ovos-moles.
Colaboração da D. Paula da «Pastelaria Alcoa», em Alcobaça
(Livro Doçaria Conventual na Mostra de Alcobaça, Texto Editores, 2004)